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O desafio da produção de mudas nativas no semiárido

O desafio da produção de mudas nativas no semiárido

  • por {{ author }} Arthur Santos Magalhães

Com um olhar técnico sob a ótica da Engenharia Florestal, a Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, cobre aproximadamente 70% do território do Rio Grande do Norte.

Em Mossoró, segunda maior cidade do estado e inserida no semiárido brasileiro, a vegetação nativa é marcada por espécies lenhosas, espinhosas e altamente adaptadas a condições extremas de temperatura, insolação e escassez hídrica.

Produzir mudas nativas da Caatinga nesse cenário representa um desafio técnico e ambiental estratégico. Mais do que uma demanda de reflorestamento ou compensação ambiental, trata-se de um processo crucial para a recuperação de áreas degradadas, o manejo florestal sustentável e a preservação da biodiversidade local.

O engenheiro florestal atua diretamente na identificação, coleta, propagação, plantio e monitoramento de espécies nativas.

No semiárido, esse profissional precisa conhecer profundamente:

  • A fisiologia das espécies adaptadas à seca;

  • As estratégias de reprodução vegetativa e sexual;

  • As técnicas de armazenamento e quebra de dormência de sementes;

  • Os cuidados com substrato, irrigação, sombreamento e aclimatação em viveiros.

Além disso, a produção de mudas deve seguir princípios da legislação ambiental vigente, como o Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) e as normas estaduais e municipais, como o Código de Meio Ambiente de Mossoró (Lei Complementar nº 001/1997), que orientam a reposição florestal, a recuperação de áreas degradadas (PRAD) e os programas de educação ambiental.

Produzir mudas de espécies nativas da Caatinga é muito diferente de trabalhar com espécies exóticas ou florestas tropicais úmidas. Os principais desafios técnicos incluem:

1. Coleta e seleção de sementes

  • Muitas espécies possuem sazonalidade estrita de frutificação, exigindo planejamento e mapeamento de matrizes.

  • Algumas sementes têm curta viabilidade e demandam semeadura imediata.

  • A coleta em campo exige autorização dos órgãos ambientais competentes

2. Dormência e germinação

  • Espécies como jurema-preta e pau-ferro apresentam dormência tegumentar, exigindo tratamentos pré-germinativos, como escarificação mecânica ou térmica.

  • Taxas de germinação são, em geral, baixas e desuniformes, exigindo conhecimento técnico refinado.

3. Infraestrutura de viveiros

  • O controle de temperatura, luz e umidade é essencial para aclimatar espécies adaptadas à escassez hídrica.

  • Sistemas de irrigação devem ser eficientes, com uso racional da água, considerando a outorga dos recursos hídricos.

  • O substrato ideal deve simular as características físicas e químicas do solo da Caatinga, que é raso, pedregoso e pobre em matéria orgânica.

4. Desconhecimento popular

  • Muitos produtores ainda desconhecem o valor ecológico e econômico das espécies nativas.

  • A substituição de espécies da Caatinga por exóticas (como leucena e nim) dificulta programas de recomposição florestal.

Mossoró possui vasta extensão territorial, com ocupações rurais e urbanas frequentemente próximas ou sobre áreas de vegetação nativa. A pressão por expansão agrícola, pastagem e urbanização, somada à extração ilegal de lenha e produção de carvão, exige ações de reflorestamento técnico com uso de mudas nativas.

A produção de mudas viabiliza projetos como:

  • Reposição florestal ;

  • PRADs (Planos de Recuperação de Áreas Degradadas);

  • Educação ambiental e reflorestamento urbano;

  • Cumprimento de condicionantes ambientais 

Investir na produção de mudas nativas da Caatinga:

  • Gera empregos locais e renda rural;

  • Incentiva o uso sustentável da biodiversidade;

  • Fortalece o desenvolvimento territorial sustentável;

  • Contribui para a mitigação dos efeitos da desertificação, um risco real no semiárido

Era Florestal atua com base em critérios técnicos, científicos e legais, oferecendo:

  • Produção de mudas nativas certificadas;

  • Elaboração de planos de reposição florestal e reflorestamento;

  • Consultoria e assessoria técnica em projetos de licenciamento e recuperação de áreas;

  • Apoio à criação e manutenção de viveiros florestais , com espécies adaptadas ao semiárido.

A produção de mudas da Caatinga em Mossoró é um desafio que exige conhecimento técnico, infraestrutura adequada e sensibilidade ambiental. Com o apoio da Engenharia Florestal, é possível transformar esse desafio em uma estratégia de conservação e desenvolvimento sustentável para o semiárido.

A Era Florestal está pronta para ser parceira de produtores, empreendedores e instituições que buscam atuar com responsabilidade e compromisso com a biodiversidade local.